Tumores que afetam o intestino e o reto são o segundo tipo mais frequente de câncer registrado no Brasil, tanto no homem como na mulher. Diante dessa situação, o Programa de Rastreamento para Câncer Colorretal em Colaboradores do HCFMUSP – implantado em março do ano passado – vem permitindo rastreamento e prevenção da doença.

“É um Programa que está salvando vidas” – destaca o Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Junior, que coordena os trabalhos. Durante a realização dos exames periódicos anuais, colaboradores do HCFMUSP – a partir dos 50 anos de idade – são convidados a participar, recebendo um kit com frasco coletor e dispositivo para coleta das fezes.

A adesão tem sido de 60% dos que realizam os exames periódicos. Resultados dos exames indicaram 7,6% de casos positivos detectados. Esse programa surgiu a partir de trabalho coordenado pelos Prof. Doutores José Eluf Neto, Ulysses Ribeiro Jr, Adriana Vaz Safatle Ribeiro, Ivan Cecconello e Sérgio Nahas, com apoio da FAPESP (PPSUS) realizado, entre 2014 e 2019, com 10.000 moradores da Zona Leste.

Desse total, 7,7% tinham sangue positivo nas fezes. Exames de colonoscopia posteriores indicaram pólipos e adenomas em 62% dos pesquisados. Alta taxas de tumores colorretais são registrados mundialmente em regiões mais desenvolvidas, como é o caso do Brasil nas regiões sul e sudeste.

 

Prevenção

O Prof. Ulysses Ribeiro Junior – médico cirurgião que atua no ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) e é Diretor Executivo dos Laboratórios de Investigação Médica do Sistema FMUSP-HC – alerta para fatores que contribuem para a doença: dieta pobre em fibras, ingesta aumentada de proteínas e gordura animal (carne vermelha, embutidos), sedentarismo, obesidade e tabagismo. “Temos uma maneira de prevenção primária. Devemos comer melhor, fazer exercícios físicos, não ficar obeso” – disse ele. Já a prevenção secundária consiste no rastreamento da população (entre 50 e 80 anos de idade), através do exame de sangue oculto nas fezes e posterior colonoscopia.

“O diagnóstico precoce permite melhorar a qualidade de vida do paciente. Nesse sentido, é um programa que veio para ficar” – observou o Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Junior. Março Azul Marinho é o mês de conscientização do Câncer Colorretal.

Linha de cuidados completa

O Programa de Rastreamento abrange toda a linha de cuidados com o paciente desde o exame diagnóstico preventivo, consultas, colonoscopia e retirada dos pólipos. Aqueles que exigem tratamento mais avançado são encaminhados para o ICESP. “É uma linha de cuidados completa” – afirma o Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Junior. O Programa de Rastreamento para Câncer Colorretal em Colaboradores da instituição conta com o apoio do Departamento de Gastroenterologia, da Diretoria da FMUSP e da Superintendência do HCFMUSP.