A Associação dos Trabalhadores do Hospital das Clínicas de São  Paulo inicia seus trabalhos com um enorme desafio: conseguir e ser uma Associação combativa e articulada, consciente da condição do trabalhador e consciente de sua condição no contexto social. Nossa Associação é grande em base de trabalhadores, e grande em relevância política no contexto local. E é grande em história.

E o respeito à história é primeiro eixo de nossa diretoria. Reconhecemos os avanços do passado do SINHC. Conquistas dos servidores foram guiadas por uma entidade sindical com inegável capacidade de negociação. Disso não temos nenhuma dúvida. Os erros do passado não podem ser capazes de atrapalhar os atores do presente.

Em um contexto político, em que os discursos oportunistas de negação da política ganham força, em que se insiste em ignorar a conjuntura em nome do “tudo não presta”, a Associação dos Trabalhadores do Hospital das Clínicas de São  Paulo faz questão de firmar posição: acreditamos na política e, infelizmente precisamos dela.

Nossa postura, portanto, é de resistência ao comodismo do senso comum reproduzido pelo discurso midiático, o qual reduz a política à vulgaridade do sistema partidário-eleitoral cooptado pelo poder econômico e carcomido pela fisiologia.

A política se faz na vizinhança, no condomínio, na família, na escola, no hospital. Aqueles que negam a política – abstratamente ou de forma concreta – normalmente a negam por uma ignorância.

Essa intolerância latente se materializa nos discursos moralistas. Para esses – como já dissemos em outras oportunidades – a culpa é sempre do outro. O outro ou é incompetente ou é corrupto. Ou ambos. Assim, em cima do muro e jogando pedras, a tônica do discurso político, é a negação da condição intrinsecamente política da pessoa e, ao mesmo tempo, catarse concretizada no desprezo da autoridade.

Trata-se de uma posição passiva e cínica, um comodismo próprio dos trabalhadores e pobres: não participar ativamente da política (inclusive da política sindical) e, depois, levantar a bandeira da indignação.

Contra a covardia também luta a Associação. Só uma classe trabalhadora consciente de sua condição nas relações de trabalho é capaz de fazer frente ao avanço do rolo compressor que ataca tirando as nossas conquistas.

Eis, então, por derradeiro, o outro eixo de luta desta entidade: promover a formação militante de nossa base, de modo a obstaculizar a ilusão de empregado do chefe de que sofrem alguns servidores públicos. Somos meros vendedores de nossa força de trabalho ao Estado. O não reconhecimento dessa condição nos coloca na condição de peões, inocentes eventualmente úteis em um jogo de poderosos.

Por isso, a Associação dos Trabalhadores do Hospital das Clínicas de São  Paulo apresenta este novo Portal. Por meio de uma comunicação mais eficiente seremos capazes de compreender os anseios e as necessidades do servidor e traçar melhores estratégias de ação.

Participe da ASINHC

Um forte abraço.

Eleonilto da Silva

Presidente